O prefeito de Alterosa, agora em seu terceiro mandato, resolveu dar um verdadeiro espetáculo para tentar garantir a reeleição. Infelizmente, os fogos de artifício e a pompa que ele adora já não são mais opções, então ele decidiu investir em obras… ou pelo menos em algo que se assemelhe a isso.
Uma das grandiosas obras em andamento é o canteiro central na Avenida da Saudade, que está progredindo a passos tão curtos que parece estar praticando uma dança lenta. Talvez a intenção seja fazer o canteiro chegar à conclusão exatamente no mês de outubro, para criar um suspense eleitoral.
Um renomado portal de notícias local fez uma reportagem expondo o descontentamento da população, que agora enfrenta o dilema de não conseguir acessar suas garagens devido à situação e ainda precisa lidar com os entulhos empilhados na rua, que está convenientemente interditada.
O prefeito, que sempre vendeu a imagem de “limpeza pública” como marca de seu governo, parece estar seguindo à risca o ditado popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. A cidade apresenta um aspecto péssimo, mas para seus defensores, isso é apenas uma questão de perspectiva.
Enquanto as fiações dos postes de iluminação ameaçam acertar a cabeça dos transeuntes e danificar veículos, os puxa-sacos do prefeito afirmam que esse não é problema da prefeitura. A grande questão que permanece é: afinal, para que serve o prefeito? Em uma cidade vizinha, o prefeito tratou do problema das fiações abandonadas pela antiga TELEMIG, retirando tudo que era desnecessário. Se isso foi iniciativa da CEMIG ou das herdeiras do patrimônio das TELES, a população não sabe, mas pelo menos lá houve ação. Sem contar com os orelhões que estão ainda nas calçadas da cidade atrapalhando os transeuntes, já que as calçadas da cidade não foram projetadas para o crescimento que acontece.
Com as frequentes viagens do prefeito a Belo Horizonte, cujo propósito ainda é um mistério, seria de se esperar que, pelo menos, ele utilizasse seus três advogados – alguns trabalhando um ou dois dias por semana – para exigir soluções para os perigos iminentes nas ruas da cidade.
Quanto à estética da cidade, a população fica aguardando a oportunidade de comentar sobre um ditado que parece se encaixar perfeitamente: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.