No início da madrugada deste domingo (11), o coronel Bernardo Romão Correa Neto, que retornou dos Estados Unidos, foi preso pela Polícia Federal em Brasília. Ele é alvo de um mandado de prisão preventiva emitido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspeito de participar de articulações para um golpe de Estado.
A ação da PF ocorreu no Aeroporto de Brasília, onde Correa Neto desembarcou. Três passaportes, incluindo um diplomático, e um celular foram apreendidos durante a prisão. Posteriormente, o militar foi entregue à Polícia do Exército e encaminhado ao Batalhão da Guarda Presidencial.
O coronel foi alvo da Operação Tempus Veritatis, e seu mandado de prisão estava entre os quatro emitidos na última quinta-feira (8). Na ocasião, ele não foi detido devido a estar a trabalho nos EUA. A PF havia informado ao comando do Exército para que o oficial se apresentasse no Brasil.
A audiência de custódia ocorreu no final da manhã, conforme informado pelo Supremo Tribunal Federal. Durante a operação, foram identificados diálogos entre Correa Neto e Mauro Cid, indicando sua participação na seleção de oficiais para uma reunião em novembro de 2022, visando supostamente a consumação do golpe de Estado.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido de prisão, destacando que Correa Neto agia como homem de confiança de Mauro Cid, executando tarefas fora do Palácio da Alvorada. A prisão foi justificada pela possibilidade de interferência nas investigações e pelo fato de o militar estar em missão nos Estados Unidos até 2025.
Além de Correa Neto, outros três indivíduos foram presos na mesma operação: Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército e assessor do ex-presidente; e Rafael Martins, tenente-coronel do Exército.