O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou severamente as operações de Israel na Faixa de Gaza, rotulando-as como genocídio e chacina. Em uma entrevista neste domingo (18), Lula fez uma comparação direta entre a situação atual e o extermínio de judeus perpetrado pela Alemanha nazista de Adolf Hitler.
Falando à imprensa em Adis Abeba, capital da Etiópia, antes de retornar ao Brasil, Lula condenou o corte de financiamento da agência da ONU para refugiados palestinos por países desenvolvidos, após acusações israelenses de infiltração do Hamas na organização. Ele classificou a situação na Faixa de Gaza como genocídio e questionou a consciência política e a compaixão daqueles que suspendem a ajuda humanitária.
Lula enfatizou a deterioração da situação humanitária na Palestina devido aos ataques israelenses, considerando a reação de Israel como desproporcional. Ele fez uma analogia contundente ao afirmar: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus.”
A comparação intensa se deve ao fato de Israel ser um Estado fundado por judeus com o apoio das potências aliadas que derrotaram as potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial. O território antes habitado por palestinos gerou tensões persistentes.
Lula, que recentemente esteve no Egito e na Etiópia, discutindo a situação com líderes regionais, expressou simpatia histórica pela causa palestina. Ele também criticou a falta de governança da comunidade internacional em face de conflitos globais, apontando invasões que não foram submetidas ao Conselho de Segurança da ONU.
O presidente brasileiro embarcou de volta ao Brasil após a entrevista, com escala em Acra, capital de Gana, antes de chegar a Brasília, conforme sua agenda.