Na última quinta-feira, a cidade de Muzambinho foi palco de um protesto fervoroso contra a imposição de praças de pedágio no sul de Minas, tornando-se o epicentro de uma revolta que ecoa por toda a região.
Para dar uma dimensão do absurdo que se avizinha, considere o caso de um trabalhador, que reside em Alterosa e trabalha em Alfenas, cujo salário mensal é de modestos 6 mil reais. Com a necessidade de se deslocar cinco vezes por semana, esse cidadão será extorquido em R$27,34 diariamente, totalizando uma cifra exorbitante de R$136,70 por semana. Ao final do mês, o custo do pedágio atingirá a obscena marca de R$546,80, representando um assalto mensal de quase meio salário.
O que torna essa situação ainda mais inaceitável é o fato de que esse montante astronômico comprometerá não apenas o salário mensal do trabalhador, mas também seu décimo terceiro salário. Ao longo de doze meses, essa extorsão resultará em uma perda de R$6.561,60, deixando claro que o 13º salário estará destinado a pagar pedágios.
A ironia atinge níveis grotescos quando observamos a ausência do prefeito de Alterosa no evento de resistência. Enquanto a população luta contra essa sangria financeira, o prefeito desfrutava de regalias em Belo Horizonte, sem demonstrar qualquer interesse em proteger os interesses do município.
A indignação aumenta ao constatarmos que a redação deste veículo noticioso, em um ato de conivência suspeita, compartilhou um vídeo do secretário de Esporte do prefeito, que ousa defender a instalação das malditas praças de pedágio. Fica a incógnita: Será que o secretário está bajulando o prefeito, servindo aos interesses do governador, ou simplesmente demonstra uma completa indiferença aos valores extorsivos que serão impostos à população?
Cabe a cada cidadão tirar suas próprias conclusões sobre esse absurdo que se desenha no horizonte, onde a ganância e o descaso parecem trilhar um caminho conjunto na espoliação do povo trabalhador e no comprometimento do tão esperado 13º salário.