O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) encontra-se no centro da 24ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (18). A investigação visa obter evidências relacionadas ao planejamento, financiamento e incitação aos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na residência do parlamentar, em seu gabinete na Câmara dos Deputados, além de endereços no Rio de Janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu 10 mandados, distribuídos entre o Estado do Rio de Janeiro (8) e o Distrito Federal (2).
Carlos Jordy é suspeito de coordenar bloqueios em rodovias e acampamentos em frente a quartéis do Exército no Rio de Janeiro, após o segundo turno das eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL). Os episódios contribuíram para os eventos de 8 de janeiro, quando a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes tiveram início no Quartel General do Exército, em Brasília.
A PF interceptou mensagens de Jordy para organizadores de bloqueios e acampamentos, apontando que o parlamentar atuava como mentor e articulador, utilizando sua influência política para mobilização. Outros alvos da operação incluem participantes do acampamento em frente à 2ª Companhia de Infantaria em Campos dos Goytacazes (RJ).
Em resposta, Carlos Jordy classificou a busca como autoritária e sem fundamento, afirmando que não incitou os eventos de 8 de janeiro. O deputado, líder da oposição, está em seu segundo mandato consecutivo, reeleito em 2022 com mais de 114 mil votos.
A operação Lesa Pátria, em suas 23 fases anteriores, já cumpriu 97 mandados de prisão preventiva e 313 de busca e apreensão, confiscando R$ 25 milhões de investigados pelo movimento que buscava derrubar o governo de Lula.