Data: 12 de janeiro de 2024
Em meio às discussões sobre a substituição de empregados por robôs e a necessidade de requalificação profissional para evitar o desemprego em massa, cidades pequenas como Alterosa se deparam com a rápida chegada da automatização. Um exemplo concreto desse impacto foi observado na recente instalação de um revendedor de gás 100% automatizado no posto de gasolina da entrada da cidade.
O novo sistema, impulsionado por inteligência artificial, redefine a experiência de compra de gás para os clientes. Ao entrar em uma gaiola, o cliente recebe orientações por áudio e interage com uma tela de tablet para escolher as opções de compra. O pagamento antecipado via Pix é exigido, e, após alguns segundos, um compartimento é aberto, permitindo ao cliente acessar as botijas enfileiradas e numeradas. Uma vez concluída a transação, o cliente aguarda uma conferência visual por meio de câmeras de vigilância antes de sair com o produto adquirido.
Apesar da eficiência e modernidade do sistema, surgem controvérsias em relação aos preços praticados, especialmente quando comparados aos depósitos locais. O diferencial chega a até 30 reais a menos, levantando preocupações sobre o impacto econômico na cidade.
Nossa reportagem procurou entender as consequências desse novo modelo para os depósitos tradicionais de gás em Alterosa. Em entrevista a um dos maiores depósitos da cidade, descobrimos que o custo do botijão de 13 kg chega, sem frete, a 67,00 reais, com custos operacionais adicionais de 14 reais, totalizando 81,00 reais. O preço de venda praticado pelo depósito é de 90 reais.
O empresário entrevistado, embora cauteloso em não desqualificar o novo produto – denominado FOGAS – acredita que os proprietários estão dispostos a suportar esse prejuízo inicial. No entanto, a preocupação maior recai sobre o impacto no emprego, considerando que Alterosa é uma das cidades que menos gerou empregos na região.
O contexto socioeconômico torna-se ainda mais tenso ao considerarmos as dificuldades enfrentadas pelos municípios menores em produzir vagas de emprego. Com a chegada dessa nova tecnologia, a comunidade de Alterosa enfrenta não apenas os desafios da automatização, mas também a possível perda de empregos e o impacto nos preços locais. Cabe agora aos líderes municipais e empresários locais buscarem soluções que equilibrem a modernidade tecnológica com a preservação dos empregos e da estabilidade econômica da região. O cenário torna-se ainda mais crítico em um ano eleitoral, onde as decisões podem moldar o futuro da cidade.