Na mais recente sessão ordinária da câmara municipal de Alterosa, realizada na segunda-feira (9), o clima fervia com acusações explosivas vindas dos próprios vereadores. Em uma atmosfera carregada de denúncias e insinuações, o vereador Almir Abano, conhecido como Cabrito, não poupou palavras ao lançar sérias acusações sobre um concurso público previsto para o próximo mês de maio.
De acordo com Abano, o concurso já estaria com o destino selado, com os resultados pré-determinados para favorecer apenas os “puxa-sacos” e os apaniguados do atual prefeito municipal. Em suas palavras ácidas, o vereador afirmou que “vai passar a turminha que já tá empenhada na prefeitura esperando com a boca aberta”. Uma acusação grave, denunciando uma suposta manipulação dos processos seletivos em benefício de interesses escusos.
E as revelações não pararam por aí. O vereador Edson Carequinha entrou na discussão, levantando ainda mais suspeitas ao mencionar supostas tentativas de manipulação de votações de concursos anteriores, durante sua gestão na câmara entre 2017 e 2020. Carequinha relatou ter sido abordado por correligionários que sugeriram esquemas para garantir aprovação do concurso e que teria alguns de seus familiares inclusos nos aprovados,
revelando um submundo de corrupção que assola os processos de seleção na cidade.
A situação atinge um nível de escândalo quando se percebe a inação dos vereadores em exercer seu papel fiscalizador sobre as ações do prefeito. Por que não investigar a fundo a empresa responsável pelo concurso? Por que não questionar os procedimentos adotados para garantir a lisura do processo seletivo? Essas são perguntas que ecoam como um clamor diante da aparente omissão das autoridades locais.
Enquanto o Ministério Público exige a realização do concurso público, a suspeita de que os resultados já estejam pré-determinados em favor de uma elite privilegiada torna-se cada vez mais palpável. Num ano de eleições, a situação se torna ainda mais alarmante, com a possibilidade de uso político do processo seletivo para fins eleitoreiros.
Diante dessas revelações explosivas, fica evidente que os vereadores têm o dever moral e ético de agir em defesa dos interesses da população, garantindo a transparência e a lisura em todos os processos públicos. Enquanto isso, a comunidade de Alterosa aguarda por respostas e ações concretas por parte de seus representantes, para que casos como esse não se repitam e a confiança no sistema democrático seja restaurada.