Alterosa, MG – Com a proximidade das eleições municipais marcando presença no horizonte político da cidade, a triste realidade parece ecoar mais uma vez: a perpetuação da velha política. Em meio às movimentações iniciadas no último dia 14 de março, os cidadãos assistem, desanimados, ao espetáculo de interesses particulares sobrepujando o bem comum.
No cenário político de Alterosa, a história parece fadada a repetir-se. De um lado, o coronelismo, herança maldita que assombra a cidade desde sua emancipação político-administrativa. Uma prática nefasta que encontra suas raízes no passado e, lamentavelmente, segue sendo cultivada como se fosse a única forma de fazer política. Sob a égide do voto de cabresto, o município é subjugado aos caprichos de uma elite política que enxerga na perpetuação do poder o seu único objetivo, relegando o desenvolvimento e o bem-estar da população a segundo plano.
Por outro lado, a promessa de renovação, encarnada por figuras como o empresário local que revitalizou o MDB, pareceu um alento em meio ao mar de mesmice política. Contudo, a realidade se impõe de forma cruel: as práticas arcaicas não tardam a ressurgir, mesmo sob o disfarce de uma nova roupagem. O jovem empresário, que carrega consigo a formação universitária em gestão pública, sucumbe à tentação de utilizar os velhos métodos para alcançar seus objetivos políticos. Ações paternalistas, como o uso de seu próprio carro como ambulância e a distribuição de brindes em datas festivas, revelam a triste constatação de que os ares de mudança são apenas ilusões passageiras em um cenário dominado pela mesquinharia e pela busca incessante pelo poder.
É inegável que Alterosa enfrenta um dilema crucial. Enquanto as cidades vizinhas avançam rumo ao progresso, abolindo práticas políticas ultrapassadas em favor de uma gestão pública eficiente e transparente, o município parece estagnar no tempo, refém de interesses mesquinhos e de uma classe política que prefere manter-se nas sombras do que realmente trabalhar em prol do povo.
Chega a ser irônico que, em um momento em que o país clama por mudanças e por uma nova forma de fazer política, Alterosa continue presa aos grilhões do passado, alimentando um ciclo vicioso de corrupção e retrocesso.
Enquanto a velha política continuar a prevalecer, os verdadeiros protagonistas dessa história, os cidadãos de Alterosa, serão os maiores prejudicados. É chegada a hora de romper com os grilhões do passado e alçar voos rumo a um futuro digno e próspero. Caso contrário, estaremos fadados a assistir, impotentes, ao naufrágio de mais quatro anos de oportunidades perdidas e promessas vazias.